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Bárbara

Aleta Valente, 2016

 

Impressão sobre lona

 

 

 

 

 

Bárbara

Barbara Oliveira de Souza grávida de nove meses deu a luz dentro de uma solitária no dia 11/10/2015. O fato ocorreu no Complexo Penitenciário de Bangu, Zona Oeste do Rio. Parto do documento de encaminhamento para hospital no qual é descrita sua situação ao sair da cela. A partir desse documento crio uma imagem na tentativa de representar o horror ao qual mulheres são expostas enquanto o Estado segue ignorando as especificidades de género. Esta imagem é o inicio de uma pesquisa que segue em processo para pensar as relações entre maternidade e marginalidade.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Aleta

“Fui estudante da EBA/UFRJ, fiz o programa de aprofundamento do EAV e ocupei diversas funções no circuito da arte. Por anos meu trabalho foi algo bem disperso mas já rondava questões como auto­legitimação e contra informação, mas até então eu não tinha encontrado um suporte específico, produzia textos, instalações e performances mas que acabavam por depender de circunstancias ideais para serem expostos. Até o dia em que comprei um smartphone e minha vida mudou J. Com tempo fui ganhando intimidade e comecei a fazer mais retratos e auto­retratos ( vulgo selfie). Quando comecei a fazer upload de imagens cotidianamente eu não imaginava que as mídias sociais poderiam ser suporte para uma pesquisa, mas a coisa foi acontecendo, pessoas davam seus feedbacks ( processo de retroalimentação) meu avatar foi se expandindo, comecei a me ultilizar de estratégias como oversharing e streaming , construindo uma ficção que me autorizasse a falar da minha realidade. Juntamente a esse processo comecei minhas leituras sobre gênero através do “The New Mestiza” da Gloria Andalzua e foi uma espécie de portal se abrindo, através de mídias como instagram e twitter me conecto com mulheres pesquisadoras ( gênero, feminismo interseccional ) ao redor do mundo e sinto que o que estou fazendo não é algo autoral apesar de muitas vezes ter minha cara estampada, acredito em um processo coletivo de uma pesquisa expandida. Meu cotidiano influencia diretamente a criação de imagens que produzo , assim como as imagens que produzo também afetam diretamente meu cotidiano. Através da mídias socias: instagram , facebook, twitter vivo um exercício constante de auto­representação da minha realidade de gênero, geográfica e socioeconómica crio um espaço para confrontrar padrões de comportamentos vigentes que por antagonismo diminuem ou anulam o valor da minha existência. Vivo um processo de auto­legitimação através da difusão de imagens que partem do meu ponto de vista do que é a cidade, sexualidade, moral, política e até mesmo o que é o circuito da arte. Coordeno um projeto embrionário “ Bangu 1 art residency” que tem por objetivo operar um deslocamento de ponto de vista diante da cidade, ocorreram duas edições, ambas no formato de 7 dias imersivos, onde os participantes foram convidados a residir na casa onde vivo.” A.V.

 

 

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